Wednesday, May 09, 2007

Tara Jane O'Neil e Jana Hunter @ ZDB


Galeria Zé dos Bois – 08/05/2007

Quando Tara Jane O’Neil entrou em palco, faltavam já poucos minutos para as 23:00. Com uma guitarra eléctrica na mão, conquistou o público com a sua voz suave e com as suas melodias que alternavam entre o doce e o agridoce. Pouco comunicativa, à excepção de meia dúzia de “thank you”s alucinados (Blair Witch Style), que condiziam com os – também alucinados – sons distorcidos que a sua guitarra produzia ocasionalmente. Surpreendeu o público (pelo menos a fracção do público que não tinha ouvido a sua entrevista na Radar), distribuindo pandeiretas e afins pela assistência, para que esta a acompanhasse (até à exaustão) ao longo do último terço do concerto. Gostei muito do concerto. Uma versão stripped down do lado mais folky de Yo La Tengo, com pitadas de Lisa Germano.

Embora Jana Hunter seja também uma figura excêntrica, aparenta ser mais consumer friendly do que a Tara Jane (sim – eu trato-a por Tara Jane). É mais comunicativa e perfila-se como uma singer/songwriter mais tradicional. Leia-se: Folk, com recorrente componente de storytelling nas suas letras e fortes influências dos “give peace a chance dudes” (Joan Baez forever man!) do final dos anos 60 e início dos anos 70. Pronto, tudo isto em versão underground. O concerto durou meia hora apenas, porque (penso eu que tenha sido esta a razão), a sua voz estava debilitada – impedindo a Jana (sim – eu trato-a por Jana) de prolongar a sua actuação.

Dois bons concertos, uma noite bem passada. Duas artistas a investigar melhor (apesar de apreciar mais o estilo de Tara Jane O’Neil).
"Duas das mais sonantes vozes da música independente norte-americana regressam à zé dos bois. Uma do tempo em que se chamava "alt-country"às variações do folk e outra da geração free-folk. Jana Hunter traz na bagagem «there's no home», recentemente editado na gnomonsong, editora de Devendra Banhart que a acolheu como uma das suas primeiras discípulas. Tara Jane é figura quase solitária no underground norte-americano, tendo criado em mais de uma década uma das carreiras mais sólidas da americana, aqui numa vertente muito própria. Podemos vê-la como mãe de um movimento que ganhou vida nova nos últimos anos." (Newsletter da Flur)

0 Comments:

Post a Comment

<< Home